sábado, 23 de fevereiro de 2013

A divisão de um Fashion Show.


Algumas pessoas ainda tem dúvida de como funciona um desfile de moda. São apenas modelos lindas que entram e saem, troca de roupas, etc... Hoje falo do desfile em si, do projeto de coleção até a passarela.
O desfile em si é dividido em básicos, vanguarda e tendência. Essa divisão já acontece no plajejamento de coleção, é uma forma de não errar e não acabar jogando dinheiro fora por parte das empresas. Elas não são separadas uma por uma, mas nas famílias. As famílias são peças que contém formas, cores, informção parecidas e diluem essa separação de básico, vanguarda e tendência durante o desfile.

Básico:

Saia na Cantão / Camisas estampadas na Osklen / Vestido solto em Ronaldo Fraga / T-shirt e calça na TNG

O básico são aquelas peças que sempre estão na coleção. Calças, saias, vestidos, shorts... Peças que sempre vendem fácil e de fácil aceitação pelo consumidor. Eles conferem 10% da coleção projetada.

Tendência: 

Osklen / Alenxandre H. / Reserva e a cor da estação definida pela Pantone / Ellus

A parte da tendência no desfile são os desejos da estação. Cores, formas, padronagens, tamanhos... Acima são os desejos atuais. Camisas estampadas, conjuntinhos, o verde, o shorts acinturado, etc. Ele confere 70% e deve ter na coleção, já que é uma forma de lançar moda, que consequentemente vai atrair o consumidor a compra. É uma parte maior e mais trabalhada no desfile justamente para lançar um moda, modismo ou estilo e causar desejo de consumo no público.

 Vanguarda:

Mugler que abre o desfile com esse look / Chanel e suas noivas lésbicas / O vestido de Comme des Garçons usado por Gaga
A vanguarda são peças com conceito, com grande informação de moda, que carregam o DNA da marca (por vezes!) e o espírito da coleção. Peças que quando nós vemos pensamos: Que diacho é isso? 
Elas existem por alguns motivos, um deles é chamar a atenção da imprensa que posteriormente vai fazer a divulgação da coleção através de posts ou matérias em sites, jornais ou revistas. O foco era na peça, mas atualmente as coisas parecem estar mudando. No desfile de alta costura da Chanel, o mais recente, o conceito de vanguarda foi transmitido para as noivas lésbicas com uma criança ao final do desfile. Causou burburinho na imprensa, que minutos após o fashion show estavam falando da ousadia do estilista da marca ao colocá-las no desfile. Com isso, Karl conseguiu grande atenção de todos e ainda ofuscou vários desfiles, embora a grife já seja desejada. A vanguarda confere 20% de toda a coleção, uma porcentagem pequena mas que consegue atrair os olhares de muitos. Geralmente vem no final da apresentação. Essas peças podem até ser usadas por alguém, como o vestido da direita de Comme des Garçons. Ele foi utilizado, sem reforma alguma, por Lady Gaga para satirizar as notícias a respeito de seu peso.


Acima a divulgação que a vanguarda quer. O mesmo vestido Balmain, desejo do desfile, em 6 capas no mesmo ano.

Com isso está feito o desfile. Como falei anteriormente, esses 3 conceitos são trabalhados e dissolvidos nas famílias, fazendo com que seja natural essa transição. Entendo esses pontos básicos fica bem mais fácil de entender como funciona um desfile não é verdade? Haha

Fotos: Reprodução

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Londres e o comprimento midi: Uma história bem contada.



A semana de moda de Londres acabou e deixou um novo questionamento: Como quer se vestir a mulher dos tempos atuais?
A resposta foi bem vista na grande maioria dos desfiles. O comprimento midi aliado a independência e desejo de atitude da mulher é a resposta. Mas, o que é o comprimento midi? 


                           

Ele foi marco nos anos 50, época do pós-guerra onde a mulher deixa o racionamento de tecidos para ser mais glamurosa e feminina. A foto abaixo, da esquerda, mostra a moda do New Look que dizem ser criados por Christian Dior, com grandes controvérsias. Cintura marcada e o comprimento midi, que é um comprimento abaixo dos joelhos podendo chegar ao meios das pernas.


Em Londres, várias marcas deram o papel de protagonista para o midi. Só que no lugar de peles e ar angelicais, a beleza tem uma atitude. Ou seja: Ar angelical + Atitude = A mulher do mundo atual.
Já dizia o poeta: "Ela não anda, ela desfila. Ela é top, capa de revista." A mulher quer ser sexy, bonita, independente e notada, mas não quer perder a doçura e delicadeza. E Londres conseguiu narrar essa história com grande feito.
Para também quebrar o lado senhora, que muitos até atribuem ao midi, a transparência, novos shapes, brilho e top croppeds fizeram parte dos looks. Abaixo alguns dos desfiles da semana de Londres, como Topshop e o nosso brasileiro lindo Lucas Nascimento.


A beleza foi aquela história de atitude, cabelão desarrumado e por vezes olhos bem marcados. O ar doce vem nas roupas, mas o make entrou como agente para não ficarmos com diabetes.

Moshino C.andC. inverno 2013
Julian McDonald inverno 2013
U. Topshop inverno 2013
 
 E como levar isso pro dia a dia?
O comprimento já vem passeando por aí há algumas temporadas. É fácil para quem é longa e magra, mais complicado para as baixinhas. Inúmeras formas, modelos e designs podem ser atribuídos ao midi. Ele vai desde o look mais dia até a festas mais formais e, como em Londres, um make despojado cai como uma luva e quebra o ar mais sério.


Fotos: FFW/R7/Reprodução/Acervo pessoal.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Drops: Heartbreaker e Cashew

Wow!!
Voltei a blogar, graças a Deus. Esse é meu novo espaço para falar sobre moda, cinema, comportamento e música. O nome escolhido não poderia ser outro a não ser esse, que carrega uma identidade que venho trabalhando há algum tempo. E já peço desculpas logo pelo layout horrível que será mudado em breve, em nome de Jesus!!

Pra começar a maratona, vou falar um pouco sobre minha coleção para a Cashew, marca local de Fortaleza. E PELO AMOR DE DEUS, É MEU PRIMEIRO TRABALHO REMUNERADO DEPOIS DE UM TEMPO RECEBENDO CALOTE!!!


É emoção demais, mas vamos ao trabalho.

A Cashew tem um público bem definido. São mulheres entre 16 e 30 anos que tem opinião e entendem de moda. Foi um desafio fazer essa coleção, onde eu tinha que colocar o meu design, que alguns dizem ser obscuro, aliado ao da marca.
A coleção Heartbreaker recebeu tal nome porque consegue carregar o conceito que eu quero passar. Uma mulher com ar de doçura e inocência, mas que por dentro é segura de si e sabe o poder que tem sobre as pessoas ao seu redor. Mulheres que trabalham, cuidam de casa, cuidam dos filhos (caso tenham, lógico!) e ainda conseguem tempo pra cuidar delas mesmas, sem ficar murmurando. Como disse Melyssi Peres no Modices: "Nós mulheres queremos ser delicadas, mas resistentes."
E é isso que a nova mulher quer. Apesar das novas responsabilidades, ela quer continuar a ser desejada, linda e feminina.

As formas dessa coleção seguem não uma tendência, mas a necessidade da mulher de hoje e o clima do país atualmente. A linha A, que mais resumidamente é uma forma solta ao corpo, foi utilizada em demasia. Ela se encontra em vestidos, camisetas-vestidos, t-shirts que também viram vestidos dentre outros. Uma forma simples de encarar esse calor do capiroto!


Além da mulher, o foco foi o clima. Veremos muitas pelas estampadas, que carregam a identidade da mulher, mas sempre fazendo uma brincadeira de "esconde-mostra". Algumas peças, como casaco e camisa de manga longa, cobrem a parte superior do corpo, mas os shorts e a (minha inseparável) saia evasê mostram as pernas da mulher. O tal do "sexy sem ser vulgar".



Isso é só um pouco da coleção. Ela tem previsão de lançamento para março/abril, e será vendida para todo o Brasil. Um rabisco meu já foi até divulgado e espero que gostem da proposta e principalmente comprem. :)



Fotos: Acervo pessoal/Lookbook.nu/Google